Em um país onde o agronegócio representa mais de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) e é responsável direto pela sustentação da balança comercial, a sensação de abandono por parte dos produtores rurais tem gerado críticas intensas e crescentes. A principal delas veio da deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT), que classificou o atual Plano Safra como um "instrumento de abandono" e cobrou medidas concretas do Governo Federal. 

“O Plano Safra deixou de ser uma ferramenta de apoio para se tornar um símbolo do descaso institucional. O produtor rural não quer favor, quer respeito e segurança para continuar produzindo”, declarou a parlamentar, durante pronunciamento na Câmara dos Deputados nesta semana.

Fernanda descreveu um cenário alarmante enfrentado pelos produtores: incertezas climáticas, altos custos de produção, queda nos preços das commodities e uma preocupante ausência de seguro rural eficaz. Segundo ela, a escassez de recursos destinados ao seguro agrícola é uma “tragédia anunciada” que deixa o produtor “à mercê da sorte”.

Além das dificuldades econômicas, a deputada apontou outro ponto crítico: a insegurança jurídica no campo. A lentidão nos processos de regularização fundiária, somada às frequentes ameaças de novas demarcações e imposições ambientais unilaterais, gera instabilidade e afasta investidores. “Não adianta vestir o agro de verde para agradar investidores internacionais se, por dentro, o produtor está no vermelho”, ironizou.

Outro ponto de alerta feito pela deputada é a tentativa de empurrar o setor para o mercado de capitais como única saída viável de financiamento. Para ela, essa proposta ignora a realidade da maioria dos produtores brasileiros, especialmente os pequenos e médios, e representa uma “solução fantasiosa” que não dialoga com a vida real do homem do campo.

A crítica da parlamentar é respaldada por dados recentes que mostram uma queda acentuada no número de apólices de seguro rural em diversas regiões do país. Essa redução, segundo especialistas, aumenta significativamente os riscos para os produtores familiares, que formam a espinha dorsal da agricultura brasileira e têm menos estrutura para absorver prejuízos.

De olho na elaboração do Plano Safra 2025/2026, Coronel Fernanda defende uma reformulação profunda e baseada em três pilares: crédito acessível, seguro fortalecido e políticas públicas com foco na realidade do produtor. “Queremos um Plano que seja mais do que uma peça de marketing. Precisamos de medidas estruturantes e urgentes”, afirmou.

A deputada encerrou sua fala com um apelo contundente: “É hora de parar de brincar com o futuro do Brasil. O agro é o herói da economia nacional, e heróis precisam ser valorizados, não ignorados.”

Protagonismo no Congresso

A atuação de Coronel Fernanda tem se destacado no Congresso Nacional como uma das vozes mais firmes e coerentes na defesa do agro. De origem militar e com forte ligação com o interior de Mato Grosso, a deputada tem se dedicado a ouvir diretamente os produtores, visitar propriedades e articular soluções legislativas que fortaleçam o setor.

Ao longo de seu mandato, tem participado de audiências públicas, frentes parlamentares e debates com lideranças do agronegócio, sempre cobrando medidas práticas e objetivas. Entre suas principais pautas estão: segurança jurídica no campo, valorização da produção nacional, desburocratização do crédito rural e fortalecimento do seguro agrícola.

Fernanda também atua com firmeza na proteção da propriedade privada e no enfrentamento de discursos ideológicos que, segundo ela, criminalizam o produtor rural. “Enquanto eu estiver no Congresso, o agro terá uma aliada incondicional. Não há desenvolvimento sem produção rural. O produtor precisa de estabilidade para seguir em frente”, reforçou.

A pressão da bancada ruralista e de lideranças do setor sobre o Governo Federal tende a aumentar nas próximas semanas, especialmente com a expectativa de que o novo Plano Safra 2025/2026 traga soluções reais — e não apenas promessas — para um setor que carrega o país nas costas.

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